COVID: Hidroxicloroquina e azitromicina, juntas, fazem toda diferença

Cristian Menna
3 min readOct 25, 2021

Recentemente decidi voltar aos estudos de artigos sobre COVID que tratassem do permanente tabu que se constitui dos “tratamentos preventivos”, “tratamentos precoces” e uso, no geral, de cloroquina, azitromicina e ivermectina e o primeiro da série será o estudo a seguir:

Effect of hydroxychloroquine with or without azithromycin…

Segundo o artigo, a COVID-19 foi reconhecida pela OMS em 31/12/2019 e já tinha atingido 17 milhões de pessoas com mais de meio milhão de mortes em 30/06/2020. Lá no comecinho, a cloroquina e a hidroxicloroquina apareceram como drogas baratas com potencial para o tratamento (assim como em todas as outras pandemias, desde que ela existe), obtendo resultado positivo in vitro. Mas já em macacos infectados com o vírus, a cloroquina e a hidroxicloroquina não ajudaram em nada.

Método

Os dados que os autores analisaram para chegarem às suas conclusões foram: pacientes com COVID-19 confirmada, intervenção com cloroquina e hidroxicloroquina, com ou sem azitromicina, comparados com padrão de cuidados e, finalmente, a taxa de sobrevivência destes pacientes.

Mas claro, é preciso ter alguns outros cuidados na hora de selecionar artigos para uma revisão sistemática com metanálise. A seleção dos estudos foi realizada por dois investigadores e conferida por um terceiro. Foram inclusos artigos com estimativas de risco, número de mortes (com grupo cloroquina e controle), estudos sem grupo cloroquina, estudos com testagem e, durante as análises, foram ainda excluídos estudos sem casos de mortes, outras revisões e metanálises, comentários, editoriais e estudos em não-humanos.

Foram ainda avaliados vários dados como revista, data de publicação, doses de medicamentos, números de mortes, etc. Tudo isso conforme metodologia Cochrane e através de softwares de análise e estatística além de análises de qualidade para estudos aleatorizados ou não, análise de risco de viés e a heterogeneidade dos grupos e subgrupos (existem ferramentas matemáticas específicas para analisar cada uma dessas coisas, não é só uma tarefa de “olhar e achar”).

Resultados

Após toda essa análise, os números finais são de: mais de 15 000 pacientes tratados apenas com hidroxicloroquina, mais de 8 000 pacientes tratados com hidroxicloroquina e azitromicina, mais de 14 000 pacientes tratados com tratamentos padronizados (ou seja, grupo controle). Respectivamente, tais grupos tiveram mais de 3 000 mortes, mais de 1 000 mortes e menos de 3 000 mortes.

A maioria dos estudos aconteceu nos Estados Unidos, na Espanha e na França, com um ou pouco mais no Brasil, Reino Unido e China.

As análises de significância estatística mostraram não haver alteração da mortalidade entre pacientes tratados apenas com a hidroxicloroquina. Já nos pacientes tratados com a combinação hidroxicloroquina e azitromicina houve aumento significante da mortalidade.

Os autores ainda adicionam que foram encontrados dados associando o aumento do intervalo QTc em pacientes tratados com a combinação hidroxicloroquina e azitromicina. Um estudo da base de dados da OMS com mais de 167 000 pacientes acusa significante risco cardíaco tanto no uso da azitromicina quanto da hidroxicloroquina e as medidas tomadas pelos institutos nacionais e pela OMS de saúde já desconsideram e descontinuaram os estudos destas drogas no tratamento da COVID há muito tempo.

Conclusão

Como eu disse: no tratamento da COVID, hidroxicloroquina e azitromicina fazem toda a diferença, mas é para pior.

Mas então, por que ainda tem quem defenda essa ideia? Eu vou te dar algumas dicas:

COVID: O plano para o rebanho

COVID: “Ninguém é obrigado a nada! Simples assim.”

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Cristian Menna

Escritor (e fisioterapeuta) que desenha e faz política.